sábado, 9 de agosto de 2008

Ministro Gilmar Mendes foi alvo de arapongagem



Relatório reservado da secretaria de Segurança do STF informa: Gilmar Mendes, presidente do tribunal, foi alvo de espionagem clandestina.


Varredura eletrônica realizada em 10 de julho detectou um sinal de rádio freqüência na sala número 321 do Supremo.


É a sala do assessor-chefe da presidência do STF. Ali, Gilmar Mendes reúne-se com seus assessores, para acertar os termos de seus despachos.


O sinal de rádio, anota o relatório, era de “intensidade forte”, na faixa de 285.0550 Mhz.


Algo que levou o equipamento eletrônico usado na varredura a “registrar o alerta máximo de uma provável escuta.”


“O sinal detectado é altamente suspeito, e vinha de fora do STF”, prossegue o relatório do STF.


“...O que nos leva a suspeitar de um possível monitoramento, que pode ter ocorrido nas proximidades do edifício sede” do tribunal.


Deve-se a Diego Escosteguy e Policarpo Junior, repórteres de Veja , a revelação da novidade.


Uma novidade que ganha contornos incômodos quando associada a episódios obscuros que permeiam os subterrâneos da Operação Satiagraha.


No dia 9 de julho, véspera da inspeção na sala em que o presidente do STF esboça suas decisões, Gilmar Mendes tomara uma decisão que lhe renderia críticas acerbas.


Foi nesse dia que o ministro mandou soltar, pela primeira vez, Daniel Dantas, o mandachuva do Opportunity.


Em 10 de julho, mesmo dia da varredura, Gilmar Mendes foi procurado pela vice-presidente do TRF de São Paulo, desembargadora Suzana Camargo.

Conforme noticiado à época pela repórter Renata Lo Prete, da Folha, Suzana alertara Gilmar sobre a possibilidade de seu gabinete ter sido monitorado.

A desembargadora relatara ao presidente do Supremo um diálogo que mantivera com o juiz Fausto de Sanctis.


De Sanctis é o responsável pela expedição dos dois mandados de prisão que levaram Daniel Dantas à carceragem da PF. Ambas revogadas por Gilmar Mendes.

De acordo com o relato de Suzana a Gilmar, o magistrado teria dito a ela que a PF bisbilhotara a presidência do STF.


Mais: De Sanctis teria exibido irritação ao detectar entre os diálogos captados clandestinamente críticas de Gilmar à inconsistência jurídica da prisão.

O juiz nega que tenha feito tais considerações. Mas Gilmar Mendes confirma que, de fato, fez as críticas à atuação do magistrado De Sanctis.


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