Um terremoto de 8,9 graus na escala Richter, seguido de uma tsunami que varreu vasta área da costa nordeste, pôs o Japão sob risco de um vazamento nuclear. Milhares de pessoas foram retiradas da área ao redor da Usina Fukushima Dallchi, uma das duas colocadas em estado de emergência. No portão principal da usina, o nível de radiação era oito vezes acima do normal; na sala de operação de um dos reatores, o índice subiu mil vezes. O Japão conta mortos - a expectativa é de pelo menos mil - e procura desaparecidos no que já é considerado o maior terremoto de sua história, com potência equivalente a 15 mil bombas atômicas. O mundo assistiu atônito a cenas impressionantes da tragédia, com ondas gigantes de até dez metros invadindo a área rural, engolindo navios, árvores, prédios, ruas e viadutos como se fossem brinquedos. Houve alerta de tsunami em mais de 20 países banhados pelo Oceano Pacífico. O fechamento de aeroportos, rodovias e ferrovias paralisou o Japão e a sua sempre conectada capital Tóquio. O efeito nos mercados veio rápido. As bolsas caíram na Ásia e na Europa. Segundo analistas, o desastre deve derrubar preços de produtos básicos importados pelo Japão e atingir a produção de bens de alta tecnologia e o setor de seguros, que arcaria com pelo menos US$ 50 bi em pagamentos. (Págs. 1, 19 e 27 a 31, Míriam Leitão, Cora Rónai e editorial "Japão ensina o que é Defesa Civil" )
O Japão sofreu o maior terremoto de sua história. Com magnitude de 8,9, foi o mais intenso tremor no mundo desde o tsunami que matou 200 mil na Indonésia, em 2004. O sismo principal, às 14h46 (hora local), foi seguido de 70 tremores.
Ondas de até 12 m arrasaram o nordeste da ilha, mas o preparo do país para lidar com tremores ajudou a reduzir o número potencial de vitimas fatais. Até a noite, o governo japonês confirmava oficialmente 185 mortes e mais de 700 desaparecidos.
Nada indica que essa tragédia supere a de Kobe, que matou mais de 6.000, mas o risco nuclear preocupa. A população foi retirada das proximidades de duas usinas atômicas em Fukushima pelo receio de vazamento de material radioativo.
Em Tóquio, os transportes pararam e 4,5 milhões de pessoas ficaram sem luz.
Não havia relato de vítimas do Brasil. Na área atingida, vivem 800 dos 254 mil brasileiros do país. (Págs. 1 e Mundo, 2)
Segundo Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), o teto de contribuição seguirá em 27,5%.
As centrais não conseguiram na reunião o reajuste de 6,47% na tabela. (Págs. 1 e Poder A7)
No campo diplomático, porém, houve avanços. A UE deixou de considerar Muammar Gaddafi como líder líbio e pediu que ele deixe o poder imediatamente.
Em uma semana, os rebeldes tiveram de retroceder 200 km, relata Marcelo Ninio. (Págs. 1 e Mundo, 6 e 7)
Um tsunami provocado pelo maior terremoto da história do Japão, de 8,9 graus na escala Richter, varreu ontem a costa nordeste do país. Ondas de até dez metros arrastaram carros, barcos, aviões e edifícios, deixando um número ainda desconhecido de mortos - até o fechamento desta edição, eram 384. O governo emitiu alerta de “emergência nuclear" e retirou milhares de habitantes da região da usina atômica de Fukushima, uma das maiores do mundo, relata Claudia Trevisan, correspondente em Pequim. O tremor foi sentido em 12,1 mil km ao longo da costa, mas o lugar mais castigado foi acidade de Sendai, de 1 milhão de habitantes. Choques secundários continuavam a ocorrer em Tóquio. (Págs. 1 e Internacional A19 a A27)
Dimensão: Sismo equivale a 27 mil bombas atômicas
O terremoto de ontem liberou energia equivalente a 27 mil bombas atômicas. A posição do eixo de rotação da Terra foi alterada em cerca de dez centímetros. (Págs. 1 e Internacional A24 e A25)
Impacto econômico
Crise Poe em xeque a reconstrução. (Págs. 1 e A26 )
Análise: Norimitsu Onishi
Normas técnicas da construção civil salvaram vidas. (Págs. 1 e A27)
O real valorizado estimula as importações. (Págs. 1 e A3)
O Japão enfrenta desde ontem o que se pode chamar de apocalipse. O terremoto mais violento registrado no país atingiu uma magnitude de 8,9 na escala Richter e causou prejuízos ainda incalculáveis. A contagem oficial indica 436 mortos e 725 desaparecidos, mas o número de vítimas deve aumentar muito. Mais devastador do que o abalo sísmico, o tsunami com ondas de até 10 metros destruiu grandes áreas urbanas como em Sendai (foto acima), invadiu aeroportos e formou enormes redemoinhos na costa. A catástrofe também atingiu seriamente regiões industriais, com incêndio em refinarias. País mais preparado do mundo na prevenção contra desastres naturais, o Japão corre perigo de proporções atômicas. Após identificar um alto nível de radiação - mil vezes acima do tolerado - na usina de Fukushima, o governo decretou estado de emergência nuclear. As autoridades determinaram a retirada de moradores em um raio de 10km do local onde há vazamento radioativo. Os Estados Unidos foram os primeiros a anunciar apoio ao Japão, com o envio de um porta-aviões para auxiliar nas buscas das vítimas. A ONU também organiza equipes de resgate. (Pág.1, Caderno Especial e Visão do Correio e Pág. 14)
O abalo é o mais forte já registrado no Japão e o sétimo maior da história. Atingiu principalmente a região Nordeste do país. O epicentro foi no mar, a 130 quilômetros da cidade de Sendai, na província de Miyagi, onde pessoas se refugiaram no alto de prédios para escapar das ondas gigantes. O número de mortos deve passar de mil. Cientistas acreditam que o tremor tenha mudado o eixo de rotação da Terra em até 25 centímetros. (Págs. 1, 15 a 20 e o Editorial “ Tsunami de avisos ”, 8)
Usina nuclear aciona alerta. (Págs. 1, 4, 5, 8, 10, 12, 13, 14, 15, Editorial,18 e Mercado, 20)