sábado, 5 de julho de 2008

Berlusconi continua em rota de colisão com a magistratura

Silvio Berlusconi, acusou hoje alguns juízes de "subversão", ao afirmar que tentam alterar o voto popular que o levou ao poder.
"O que aparece na imprensa e na televisão é um panorama totalmente diferente sobre a ação do governo. A atenção se concentra nos fatos que nada têm a ver com o programa de governo e levam ao primeiro plano o ataque constante de certa magistratura a quem deve governar, eleito pelo país, enquanto se quer subverter o voto" dos italianos, disse o primeiro ministro , durante entrevista coletiva.
Berlusconi afirmou em seguida: "renuncio a todo privilégio, não necessito de novas normas judiciais. Me defendi sempre nos processos e sou o homem recorde dos processos, com 2.500 audiências". Desse modo, ele se referiu a um projeto de lei do Parlamento destinado a suspender milhares de processos -- entre os quais um em que ele é acusado de corrupção --, para dar prioridade aos casos mais graves, com pena mínima de dez anos. Também é iminente a aprovação de outro projeto de lei que concede anistia aos quatro mais altos cargos da república.
"Já disse, renuncio a todo privilégio. Não necessito de novas leis", insistiu Berlusconi. "Há juízes que não aceitam o veredicto das urnas", concluiu.
Berlusconi denunciou também "fofocas" sobre ele na imprensa, que publicou nas últimas semanas escutas telefônicas nas quais ele recomenda atrizes a um alto responsável da RAI, a emissora pública italiana.
A reação de Berlusconi contra a magistratura acontece no mesmo dia em que o jornal de centro-esquerda de Roma, La Repubblica, publica uma carta aberta assinada por cem professores de direito constitucional -- entre os quais três ex-presidentes da Corte Constitucional --, que manifestam sua perplexidade quanto à legitimidade constitucional das leis impulsionadas pelo chefe de governo.

Berlusconi continua em rota de colisão com a magistratura italiana o que não é nada bom para ele. Se continuar assim vai acabar tendo como único amigo o presidente Robert Mugabe.

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