segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Polícia Federal apreende panfletos anti-Dilma em gráfica




Cerca de 1,1 milhão de impressos teriam sido encomendados pelo bispo de Guarulhos, um dos maiores críticos da candidata no meio católico


Moacir Assunção e Tatiana Fávaro, de O Estado de S.Paulo

SÃO PAULO – A Polícia Federal (PF) apreendeu neste domingo, 17, cerca de 1,1 milhão de panfletos anti-Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência, que estavam impressos e prontos para distribuição na Pana Gráfica e Editora, no Cambuci, região Sul de São Paulo. Localizados ontem por militantes do PT paulista, o material trazia o logotipo da Regional Sul 1, que corresponde ao Estado de São Paulo, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Distribuído na missa do dia 12 de outubro em Aparecida (SP), o material, intitulado “Apelo a todos os brasileiros e brasileiras”, pregava o voto somente em candidatos e partidos contrários à descriminalização do aborto e fazia críticas à candidata e ao seu partido. O material teria sido encomendado por um assessor do bispo de Guarulhos, d. Luiz Gonzaga Bergonzini.

De madrugada, cerca de 50 militantes e parlamentares do PT fizeram vigília na porta da gráfica para impedir a distribuição do material, que foi encontrado no sábado. Por volta das 6 horas, os agentes da PF entraram no prédio, após um chaveiro abrir a porta. Representantes da empresa e um oficial de Justiça acompanharam os federais, que precisaram de dois caminhões para retirar todo o material, levado depois ao pátio da Superintendência da PF na Lapa, zona oeste. A ação da PF, que durou até por volta das 14 horas, obedeceu a uma representação da PT ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), classificando de “crime eleitoral” a impressão e distribuição dos panfletos.

“Recebemos informações de que foram recolhidas 13 toneladas de material, além dos panfletos. O caso é bem mais grave do que parece à primeira vista”, disse o deputado estadual Adriano Diogo (PT). De acordo com ele, uma investigação feita pelo partido teria constatado que a gráfica pertenceria a Arlety Kobayashi, funcionária da Assembleia Legislativa e irmã de Paulo Kobayashi, ex-deputado federal tucano e fundador do partido.

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