domingo, 17 de outubro de 2010

Belo Horizonte: Ricos têm ‘preconceito e medo’ de Dilma, diz Lula

Uma carreata de mais de 10 quilômetros pelas ruas de Belo Horizonte atraiu milhares de pessoas aguerridas para ver a candidata Dilma. O presidente Lula e o guerreiro vice-presidente José Alencar. Do bairro das Magabeiras até a Praça Sete, militantes, trabalhadores e mineiros pararam para acenar, mandar beijos e gritar que estão com Dilma.
O trajeto passou por 13 pontos de concentração de militantes, que fizeram grande festa pela vitória da petista com bandeiras, serpentina e papel picado jogado dos edifícios. Na chegada da Praça Sete, uma multidão esperava por Lula, Dilma e Alencar para um rápido comício.

 

 

O que diz a Folha:

O que diz a Folha:


PAULO PEIXOTO
DE BELO HORIZONTE
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou na tarde deste sábado uma carreata com a presidenciável Dilma Rousseff (PT), em Belo Horizonte, dizendo, em um ato público, que os ricos agora têm “preconceito e medo” da presidenciável petista.
O que motivou a fala foi o fato de pessoas que moram nas casas de luxo do bairro Mangabeiras, na região sul, onde teve início a carreata, terem feito sinais de negativo com os polegares para Lula e Dilma, que passavam num Jipe aberto.
Lula foi enfático e disse que, a partir de agora, todos têm de ir para as ruas e pedir votos. “A partir de agora, companheiros de Minas, não tem trégua. A partir de agora nossas bandeiras não podem mais ficar guardadas, nossas camisetas não podem mais ficar na gaveta. Agora é colocar nossas camisetas, nossas bandeiras e ocupar Minas Gerais, para ocupar Belo Horizonte”, conclamou.
O presidente citou as palavras de Alencar: “Dilma Rousseff é a única oportunidade de Minas Gerais voltar à presidência em 2010. E mineiro que é mineiro, mineira que é mineira, não trai o seu torrão. Nós sabemos que votar nessa companheira é devolver à Minas Gerais a participação lá em Brasília, para governar com a sabedoria que só os mineiros têm”.
Terra natal
Dilma agradeceu aos mineiros os votos da vitória no primeiro turno no estado e se comprometeu a não decepcioná-los. “Eu quero dizer para vocês que tenho compromisso sagrado com Minas Gerais e farei por Minas o que Minas merece”, disse, abrindo o breve discurso na Praça Sete e sob os gritos de “olê, olê, olá, Dilma, Dilma”.
A candidata lembrou os filhos ilustres de Minas Gerais e se comprometeu a honrar o povo mineiro ao chegar à presidência. “Essa terra em que eu vi pela primeira vez a luz da vida, essa terra que me ensinou os valores da liberdade, da justiça, do desenvolvimento, essa terra de Juscelino Kubitschek, de Tancredo Neves, de Tiradentes é uma terra abençoada. E eu vou honrar essa herança mineira que eu tenho fazendo desse país um país justo para todos.”
O vice-presidente José Alencar, conhecido por sua luta contra o câncer, não se intimidou com o calor e pelos mais de 10 quilômetros de carreata. “Essa foi a mulher mais votada na história de todas as eleições. Mas é aquela história, a regra do jogo exige que nós ganhemos novamente. Então, vamos ganhar outra vez com a força do povo de Minas, com a força do povo brasileiro, que deseja ser leal e grato ao Lula, o maior presidente de todos os tempos”, disse Alencar.
“Eu fico constrangido, porque aquelas pessoas ricas foram as que mais ganharam dinheiro no meu governo. O que aquelas pessoas não conseguiram foi superar o preconceito contra um metalúrgico ser presidente e fazer pelo Brasil o que eles não conseguiram fazer”, disse Lula.
“Agora não é apenas preconceito, é preconceito e medo de ver uma mulher ganhar as eleições e fazer pelo Brasil mais do que eles fizeram”, acrescentou o presidente.
Dirigindo-se a Dilma –que estava ao lado dele no alto do caminhão de som–, Lula disse que a candidata “viu a diferença da elite e do povo”.
“É com esse povo que você vai ganhar as eleições”, disse Lula na praça Sete, coração da capital mineira, em meio a um caos generalizado que virou o trânsito no centro.
Lula convocou a militância para ir às ruas todos os dias até as eleições, com bandeiras e camisetas. “A partir de agora não tem trégua.”
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