terça-feira, 9 de novembro de 2010

Folha: Estudo da Unesco aponta indicadores para jornalismo no país

UIRÁ MACHADO -
DE SÃO PAULO -
A Unesco lança hoje o estudo “Indicadores da Qualidade da Informação Jornalística”, no qual sugere a autorregulação como o melhor caminho para garantir a qualidade editorial dos veículos de comunicação no Brasil.
O estudo reúne quatro pesquisas que discutem a necessidade de que “critérios e ferramentas para a produção de informações jornalísticas de elevada qualidade possam ser postos em execução”.
Acompanhe a Folha Poder no Twitter
Comente reportagens em nossa página no Facebook
Com base em 275 questionários respondidos por profissionais de todo o país, os autores do trabalho afirmam que há razoável consenso quanto à importância de existirem critérios de qualidade para avaliar o trabalho jornalístico.
De acordo com Guilherme Canela, coordenador de Comunicação e Informação da Unesco no Brasil, “é importante destacar que a definição e aplicação de critérios e ferramentas (…) é uma empreitada fundamentalmente autorregulatória”.
Ou seja, diz ele, “cabe às empresas do setor definir o formato final para esses padrões de qualidade, seja individualmente, seja em grupo, como é o caso do Conar [Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária]“.
Para Canela, o estudo é “uma contribuição para o atual debate sobre mídia, pois os indicadores apresentados podem servir como parâmetros para a discussão”.
Elaborados a partir das entrevistas e de iniciativas internacionais semelhantes, os indicadores apresentados no estudo englobam duas dimensões principais.
De um lado, a existência de um sistema de prestação de contas, como ombudsman e espaço para o leitor.
De outro, princípios editoriais que garantam a qualidade do trabalho, como a busca por ouvir o outro lado, princípios de pluralidade de fontes e visões, diversidade de atores e qualidade do texto.
Segundo Canela, para esse sistema funcionar, é fundamental uma atitude “fortemente transparente das empresas do setor”, permitindo que os interessados –o leitor, em particular, e a sociedade, de forma geral– possam interagir com os veículos de comunicação e cobrar a qualidade.
O estudo completo pode ser lido no site da Unesco no Brasil.