domingo, 3 de outubro de 2010

Sucessor de Lula herdará ‘moeda mais valorizada do mundo’, diz Wall Street Journal

Uma reportagem publicada neste sábado no site do jornal americano Wall Street Journal afirma que o sucessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai herdar a moeda “mais valorizada do mundo”.
“Época de eleições no Brasil costumava ser de preocupações sobre se a moeda nacional, historicamente fraca, iria desabar”, escreve o jornalista John Lyons no site do Wall Street Journal.
“Desta vez, as autoridades estão enfrentando um problema diferente: a moeda está tão forte que eles temem que isso vai prejudicar o boom da economia do país, liderado pelas exportações.”
O jornal americano destaca que desde o final do ano passado o real já se valorizou mais de 30% diante do dólar, o que fez a consultoria Goldman Sachs apelidar a moeda brasileira de “a mais valorizada do mundo”.
O jornal fala dos riscos de “desindustrialização” do país, com o forte impacto da moeda sobre o setor produtivo.
“A valorização [do real] está rapidamente se tornando uma difícil tarefa para o próximo presidente”, afirma o Wall Street Journal.
Futuro de Lula
A eleição brasileira foi tema de reportagem da edição de fim de semana do jornal britânico Financial Times.
Na reportagem, os correspondentes do jornal Jonathan Wheatley e John Paul Rathbone escrevem que o papel de Lula no próximo governo, seja qual for o vencedor nas eleições de domingo, ainda não foi definido, mas que o presidente brasileiro “certamente quer proteger o legado” da sua gestão.
Segundo o jornal, nas últimas semanas, Lula sinalizou que vai indicar ao seu sucessor “os problemas com os quais ele não conseguiu lidar”.
No caso de uma vitória da sua candidata, Dilma Rousseff, “é pouco provável que Lula tente dirigir o país sentado no banco de trás, como Néstor Kirchner fez na Argentina”, escreve o jornal.
“Mas ainda assim ele pode ser uma grande influência [em um eventual governo Dilma].”
O jornal espanhol El País afirma que Dilma Rousseff “voa para a Presidência graças ao carisma de Lula”.
A reportagem de Juan Arias afirma que a candidata deve muito do seu bom desempenho nas pesquisas ao presidente brasileiro, seu “tutor e criador”.
“Isso quer dizer que quem vai continuar governando, ainda que na sombra, será Lula? Esta é a grande incógnita”, escreve o El País.
Caso seja eleita, Dilma “terá que demonstrar que é mais do que uma invenção do líder mais carismático que o Brasil já teve”, afirma o jornal espanhol.