terça-feira, 30 de novembro de 2010

WikiLeaks: crítica, elogio e silêncio na América Latina

Da BBC Mundo
- Os Estados Unidos se interessaram pela saúde mental da presidente da Argentina .
Todos comentam sobre o  Wikileaks. E a América Latina no está à margem. A região mencionada em algumas passagens dos telegramas diplomáticos dos Estados Unidos, selecionados pelo site Wikileaks teve como a reação o elogio, a crítica e o silêncio ante a divulgação de cerca de 250 mil documentos.
O presidente de Venezuela, Hugo Chávez, acusou os Estados Unidos  de falta de ética e pediu a renúncia  da secretária de Estado Hillary Clinton.
“O império caiu  nú  e  não se sabe o que vai fazer. Bem, eu não sei o que vai fazer os Estados Unidos, mas eles não se importam muito com isso.. Porém quantas coisas estão saindo. Eles não respeitam seus aliados e até os espionam”.Acrescentou.
Os Estados Unidos “ é um Estado falido, ilegal que peca pela falta de todos os princípios de ética e de  respeito, até mesmo com seus aliados.”
“Deveria renunciar senhora ( Hillary Clinton), é o mínimo que pode fazer, renunciar e todo esse bando de espiões, de delinqüentes que existem no Departamento de Estado.” Acrescentou Hugo Chávez.
O presidente venezuelano se referiu ao interesse que os Estados Unidos demonstrou pela saúde mental  da presidente da Argentina Cristina Fernández, segundo se depreende dos telegramas filtrados.
“Alguém teria que estudar o estado mental da senhora Clinton.”  Asseverou.
Silêncio argentino
O governo do Equador ofereceu  dar residência ao diretor do site da web Wikileaks, o australiano Julian Assange. “Estamos abertos a dar-lhe  residência no Equador sem nenhum problema, sem nenhum tipo de condicionamento.” Assinalou o Vice-Chanceler Kintto Lucas..
O caso da saúde  mental da presidente argentina parece ser o más destacado de todos os telegramas que fazem referência à América Latina.
O  Escritório  de Operações de Inteligência de Departamento de Estado dos Estados Unidos perguntou: ” Em que circunstâncias controla melhor as tensões? Como afetam as emoções de Cristina Fernández de Kircher sua tomada de decisões e como se  acalma quando está sob stress?”
Os funcionários da embaixada dos Estado Unidos em Buenos Aires também disseram  que a “pareja presidencial” se mostra “paranóica com respeito ao poder”.
A embaixada americana em  Buenos Aires reagiu com a publicação de um comunicado em  que afirma que os telegramas só refletem uma “análise interna” e não constituem uma “política de Estado” de Washington.
O governo argentino ainda não reagiu contra a revelação.
Solidariedade da Colômbia
O mandatário da Colômbia, Juan Manuel Santos, lamentou  o vazamento e se solidarizou com a administração do presidente Barack Obama pelo que  considera um enorme risco para  a segurança do povo americano e seus funcionários. Afirmou em comunicado.
Os telegramas  diplomáticos foram divulgados por cinco meios de comunicação.
O chanceler  do Perú, José Antonio García Belaunde, disse que “este é um tema basicamente dos Estados Unidos e da   relação que tem  o Departamento de Estado com suas embaixadas. De nenhuma  maneira se pode comprometer os países de onde surge a informação. O Perú não pode ser responsabilizado peloo que diz o embaixador  norte-americano em Lima. Deixemos  as cosias como estão, este é um problema dos Estados Unidos.
Por sua parte, o governo do Paraguai citou a embaixadora do Estados Unidos  em Assunção para expressar-lhe  sua preocupação  pelos documentos que dizem que houve espionagem  a políticos paraguaios.
De acordo com os vazamentos  o  Departamento de Estado deu instruções à embaixada em Assunção  para espionar os candidatos presidenciais nas eleições  de 2008.
O  caso de  Honduras
O presidente de Honduras, Porfirio Lobo, deu importância ao documento que indica que o deposto ex- mandatário Manuel Zelaya foi vítima de uma “conspiração” que terminou com o golpe de Estado de junho de 2009.
“A  perspectiva da embaixada é de que não há dúvida de que o Exército, a Corte Suprema e o Congresso conspiraram em 28 de junho, o que constitui um golpe inconstitucional e ilegal contra o Poder Executivo”, escreveu Hugo Llorens, embaixador  dos Estados Unidos em Tegucigalpa.
“É um problema grave, por certo muito grave, do ponto de vista da segurança das comunicações confidenciais entre as chancelarias e as organizações e os organismos”. Assegurou sobre os documentos vazados, o secretário geral da Organização dos Estados Americanos, José Miguel Insulza.
Os documentos americanos foram publicados por Der Spiegel, da Alemanha; Le Monde, da França; The Guardian, do  Reino Unido; The New York Times, dos Estados Unidos e El País, da Espanha.
Hoje a Folha de São Paulo publicou também conteúdos de telegramas vazados que dizem respeito ao Brasil.


Nossa Opinião: A Diplomacia, desde os tempos do Império Romano, sempre viveu de fofocas e disse-me-disse de comadres. Quando as fofocas falhavam ou eram vazadas como foram agora, então surgiam as guerras.

Como se pode ver a Diplomacia norte-americana é norteda pelo mesmo clima: fofocas, disse-me-disse, falação da vida alheia.

Interferência em assuntos internos dos países que os hospedam e, ainda, têm a cara-de-pau de chamar isso tudo de “inteligência.”


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